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terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Novidades - 18 : O Brasil em Portugal

- Vila Belmira, Ponte de Lima. ( Esta foto não é do Arq. Júlio de Matos e apenas serve como mera ilustração deste texto. As do livro de que falo abaixo merecem outro destaque e virão depois. )

Foi recentemente lançado o volume CASAS DE BRASILEIRO, com fotografias de Júlio de Matos e ensaio de Jorge Pereira de Sampaio. Desde já, uma declaração de interesses: tenho a honra de ser amigo do Jorge Pereira de Sampaio, e acompanho há muito tempo a sua obra que neste momento ( e falo só dos livros ) atinge já uma dúzia de títulos se a memória não me falha.
Jorge Pereira de Sampaio que além de ser doutorado em História ( na variante de História de Arte), é também Técnico Superior do Ministério da Cultura ( colocado presentemente no Mosteiro de Alcobaça ), galerista/antiquário, coleccionador ( saliento a sua magnífica colecção de porcelanas e faianças ), e também fotógrafo amador ( de talento, como se verá em breve aqui neste blogue ) , além de ser também programador cultural de reconhecidos méritos.
Aliás, este livro deriva de uma exposição comissariada por Jorge P. Sampaio e Júlio de Matos sobre o mesma tema, integrada nas Comemorações Oficiais dos 200 anos da ida da Família Real para o Brasil, e que esteve já patente em Salvador e em Brasília, e agora em 2009 no Rio de Janeiro.
Passando ao livro, direi que as fotografias do Júlio de Matos são esplêndidas como já nos habituou, e mesmo quanto àqueles edifícios que melhor conheço- Beau Séjour, Regaleira, Casa do Castelo do Bom Jesus em Braga, e algumas casas no Alto Minho que tive oportunidade de conhecer num período da minha vida profissional- revelam pormenores e subtilezas que nos encantam.
O ensaio do Jorge Sampaio dá o enquadramento histórico-artístico deste fenómeno arquitectónico, simultaneamente social e de mentalidades, com interessantes notas biográficas de alguns dos proprietários/edificadores- os "brasileiros"- portugueses que fizeram fortuna no Brasil e regressados a Portugal demonstram na pedra a dimensão do seu sucesso.
O livro conta ainda com um prefácio de Rui Rasquilho, Comissário das Comemorações dos 200 anos da ida da Família Real para o Brasil.

- CASAS DE BRASILEIRO, fotografia de Júlio de Matos e ensaio de Jorge Pereira de Sampaio, Dematos Designers, Outubro de 2008.

11 comentários:

Anónimo disse...

As casas eram odiadas quando foram construídas, hoje achamo-las giras.
Não me parece que os nossos descendentes venham a achar a mesma graça às casas construídas pelos emigrantes da 2.ª metade do século XX.

Anónimo disse...

Desconhecia este livro, que me interessa por razões familiares.
Obrigado.
CPS

Kenana'N'Kelvid'sCrrrrazyBlog disse...

That's my house! Where did you get this photo?

Anónimo disse...

Achei graça ao primeiro comentário. Não há dúvida que o tempo é um factor determinante nos gostos das pessoas.
Sempre considerei as casas dos brasileiros da década de 10/20, do século XX, muito bonitas, talvez porque absorvem o aspecto colonial português rico. As janelas, as reentrâncias, os vidros e a cor fazem lembrar pequenos palácios. Imagino que, para a élite social de então, eram consideradas casas de novos ricos, por serem arrojadas e diferentes das casas solarengas provincianas. Não conheço a história arquitectónica destas casas mas são mais bonitas que as casas da 2ª metade do século XX que são importadas de países e culturas diferentes da nossa. O livro deve ser interessante.
A.R.

Anónimo disse...

Curiosamente, a casa da fotografia parece seguir mais a "Arte Nova" do que uma tendência colonial. Devo mesmo ler o livro para ver se aprendo alguma coisa.
A.R.

Anónimo disse...

Luís, não sou merecedor de tantos elogios... Eu é q tenho a honra de ter tão bons Amigos como tu.
Quanto às casas, respondo a uma observação feita aqui por AR - não há um estilo definido de «casa de brasileiro», só assim deve ser chamada se o seu construtor tiver sido um emigrante de torna-viagem regressado do Brasil. Em geral e, sobretudo, as mais «flamejantes» são os chalés, muitas vezes ao gosto arte-nova, como diz mas, acima de tudo, com um somatório de estilos, muitas vezes «neos», neo-gótico, neo-manuelino, por exemplo. Grande abraço, Luís, e obrigado pela divulgação, JPS

Anónimo disse...

Ainda um comentário sobre estas casas e as que os emigrantes da segunda metade de XX construíram: estas últimas também virão, daqui a pouco,a ser preservadas por muita gente como memória de um passado, num fenómeno humano que toca a todos - quantos de nós não guardamos coisas do passado sem serem propriamente grandes coisas?!
Mas há uma realidade- apesar de serem alguma delas tomadas como símbolo de novo-riquismo, algumas tinham grande qualidade arquitectónica, inclusive ao nível dos interiores. Mas a linha do Estoril está repleta de chalés que não são «casas de brasieliro», na maioria, são o gosto de uma época. Já as palmeiras e as grutas artificiais, lagos artificiais, geralmente, dão a marca do «brasileiro». JPS

Anónimo disse...

JPS,
Obrigada pela informação. Irei procurar o livro para compreender a miscelânea de estilos.
A.R.

Anónimo disse...

Gostava de fazer uma pergunta a JPS. As casas dos Brasileiros eram projectdadas por arquitectos?
As casas dos emigrantes da 2º metade do século XX, na sua maioria, náo o são.
A.R.

LUIS BARATA disse...

Algumas das casas dos emigrantes da segunda metade do século XX não foram desenhadas por arquitectos, mas sim por um sr.engenheiro que subiu muito alto na vida nacional...

Anónimo disse...

Respodendo a AR, há casos de casas em que são identificados os arquitectos mas uma grande parte, não. Ainda assim, o problema é que nem sempre as pessoas guardam os seus documentos e é dificil detectar se houve projecto, muitas vezes. Mas precisamente são demasiado elaboradas para parecerem apenas da mão de mestres-de-obras, embora também os houvesse muito bons e sabedores. Cada caso é um caso, aliás, nesta caso, casa casa é um caso. JSP