Prosimetron

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sábado, 3 de janeiro de 2009

Os meus poemas -24

REMINISCÊNCIA

Lembro-me de imediatamente me lembrar
que não fui concebido para ser
aquele que entre vós julgais amar.
O cedo, é cedo. Tarde é o entardecer.

Não me importo que a vida me visite
de vez em quando... Contanto que não traga
a, de tão provada, já antiga
coisa amargosa, amarga...

Não me quedem nas frágeis ilusões.
Não me finjam sinais de esquecimento.
Que coisa será mais duradoira
além do vento...

Raul de Carvalho
(1920 -1984)

2 comentários:

Anónimo disse...

Não conhecia este poema. É bonito.
A.R.

Anónimo disse...

Gosto de Raul de Carvalho. Há muito que não o leio.
M.