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terça-feira, 13 de outubro de 2009

Prémio Nobel de Literatura: Herta Müller

Pedi a uma grande amiga que fizesse um pequeno texto sobre Herta Müller para se recordar nestas páginas o Prémio Nobel de Literatura 2009

No dia em que abre a Feira de Livro em Frankfurt, pese embora a polémica à volta do convidado de honra, a China, é oportuno lembrar Herta Müller, prémio Nobel de Literatura de 2009.

O seu último livro, Atemschaukel, segue a temática de romances anteriores. Assim, partindo de uma experiência pessoal de deportação de um jovem, oriundo da minoria alemã de Hermannstadt, na Roménia, para os campos de trabalho forçado na Rússia, entre 1945 e 1950, o leitor confronta-se com a «possibilidade de interpretar o mundo de uma outra forma».
A vivência introspectiva do jovem Leo, protagonista num mundo de ficção que já antes o era na pessoa do poeta romeno Oskar Pastior (1927-2006), encontra nas frases lapidares uma transposição do real com recurso a uma imagética verbal inusitada.

Acrescente-se (em tradução livre do alemão) uma pequena citação final para reflectir: «Como se pode caminhar no mundo quando já não se sabe dizer mais, sobre si próprio, senão ter fome

HMJ

PS. Obrigado HMJ

4 comentários:

MR disse...

Nunca li nada de Herta Müller.
Quanto à frase, a fome deve ser a pior experiência por que uma pessoa pode passar. Transforma-a totalmente até deixar de ser gente.

Jad disse...

Vou tentar ler alguma coisa.

Rapariga de Lisboa disse...

De Herta Müller li "Heute wär ich mir lieber nicht begegnet" e senti uma angústia como se fosse eu que estivesse a ser interrogada pela polícia comunista.

MR disse...

E por este livro aqui apresentado, foi agora atribuído a Herta Müller o prémio Franz Werfel de Direitos Humanos, da fundação Centro contra as Deportações.