Prosimetron

Prosimetron

domingo, 11 de outubro de 2009


«Quem diz Democracia diz naturalmente República. Se a Democracia é uma ideia, a República é a sua palavra. Se é uma palavra, é a sua acção. Se é um sentimento, a República é o seu poema.»
Antero de Quental
In: Portugal perante a Revolução de Espanha, 1868

A propósito de um post e subsequentes comentários sobre República e Ditadura.

15 comentários:

Anónimo disse...

MR,
Gostei do pensamento de Antero de Quental, que admiro. No entanto, permita-me que discorde, no que diz respeito a comentários de um outro post. Nasci na década de 60 e na minha identificação está que sou cidadã da República Portuguesa.

Quer a Monarquia, quer a República enveredaram num ou outro momento pela ditadura.

República como sentimento pode e é democracia que foi esquecida no Estado Novo.

Tenho que sair para votar mas talvez volte aqui.
Um bom domingo :)
Ana

MR disse...

Ana, discorda de quê? Da afirmação de Antero?

Anónimo disse...

MR,
Desculpe se não fui clara mas estava a ser pressionada para sair.
Julgo que este post é, de certo modo, para completar a ideia de que Estado Novo não era República, não é verdade? Foi assim que entendi, posso estar errada.
É neste aspecto que discordo da ideia. Antero morre no fim so século XIX não pode dizer isto em relação ao Estado Novo. Creio, mesmo que, ele iria ficar insatisfeito com o caminho que tomou a 1ª República até pelo excerto que colocou.

Ana

Jad disse...

Ana tem de separar I República de tudo o resto. Teve péssimos professores para a primeira república. Tem de ler e de compreender onde é que a República triunfou e onde é que não lhe foi possível triunfar. Um regime que tem uma Guerra Mundial em casa consegue triunfar em pleno. E Salazar percebeu isso muito bem e deu uma no cravo e outra na ferradura... e a nossa sorte foi a Itália actuar como actuou e quando Portugal era para ser invadido as tropas tiveram de ir em auxílio de Itália.
Mas eu não vou transformar este nosso querido Blogue em POLÍTICA. Só em Fraternidade! Fico é com fúrias com a santa ignorância!

Jad disse...

Quando diz que a República é Salazar está a dizer que a Monarquia é João Franco ou é Miguelismo! Não me interessam actuações; sou um homem de ideais. E nunca confundo ideais com actuações.

Anónimo disse...

Jad,
Desculpe mas tenho que ver os lados positivos e negativos da I República bem como os da II República, uma vez que concordo com a ideia que estamos na III República. Nunca disse que era "expert" na matéria. Não gosto de estudar a I República tem demasiados factos. Fizeram coisas boas e más. Gostei do papel desempenhado no ensino, e de algumas leis decretadas.
Julgo pelo que estudei, que alguns republicanos também sentiram desalento, as coisas não correram como pretendiam.
Não estou a julgar a História, nunca me coube esse papepl, ou nunca o assumi. Sempre achei bem a opção da entrada na Grande Guerra. Nunca fui partidária da tese contrária. As coisas não saíram como Portugal esperava e queria, nas negociações ficámos para trás. Desalento...
Não estou a recorrer aos livros de História que tenho em casa. Não estou a citar nomes.
Já disse que não sou "expert" e não é um período que goste de estudar. Quando necessito recorro aos historiadores. A minha opinião, acho que ainda sou livre de a ter.
Posso ser ignorante, mas "santa ignorância" é no mínimo ofensivo.
Jad, nunca disse que sabia muito do assunto, pelo contrário, sempre achei que sabia e sei muito pouco. Mas não impede que quando tenha que usar essa época não o faça com SERIEDADE.
Há uma coisa que realço sempre - a mudança:
1 - Na soberania, igualdade, fraternidade e liberdade...
2 - No estudo da bandeira e os seus símbolos, desde a cerimónia de a desdobrar a dobrar, o hino escrito e cantado.
Desculpe mas o Jad, às vezes magoa. Ana

ana disse...

O anterior comentário é meu
ANA

Anónimo disse...

A Republıca ser democracıa so se for na Turquıa... Rıma e e verdade, nao e verdade MR?
Beıjos e abraços para os meus republıcanos de estımaçao. Vaı escrıto alla turca
Joao Mattos e Sılva

LUIS BARATA disse...

Nao quıs meter a mınha colherada quando se dısse aquı no blogue que talvez nao se devesse dızer que o Estado Novo foı a Segunda Republıca mas agora nao resısto: 1- O Estado Novo foı realmente a Segunda Republıca, com uma constıtuıçao republıcana- a de 1933, um Presıdente da Republıca que era eleıto por sufragıo unıversal- ate ao caso Delgado, e tudo o maıs que caracterıza uma republıca.
2- Foı a Segunda Republıca ou Estado Novo um regıme autorıtarıo? Claro que foı, com partıdo unıco e as outras coısas que sabemos.
3- Vıvemos poıs, para mım e para os que se ocupam cıentıfıcamente destas coısas, na Terceıra Republıca. Tudo o maıs sao sofısmas.
4- A Prımeıra Republıca foı muıto boa? Nao foı, embora tenha sıdo boa nalgumas coısas desıgnadamente na reforma do ensıno. Tal como a monarquıa, caıu de podre e sobretudo por sua proprıa culpa.
Quanto a Prımeıra Guerra, dıscordo em absoluto do Jad. Foı um dos maıores erros de Afonso Costa que uma geraçao de portugueses pagou com a vıda. E nao me venham com a velha hıstorıa de que era essencıal a nossa ıntervençao para salvar as colonıas porque nao esta mınımamente demonstrado que estıvessem em perıgo.
Os ınımıgos da Prımeıra Republıca nao foram os monarquıcos com o seu quıxotesco Paıva Couceıro, nem ınımıgos externos, mas sım os proprıos polıtıcos republıcanos que se mostraram ıncompetentes para sacrıfıcar os seus ınteresses aos ınteresses da naçao portuguesa.
E maıs nao dıgo porque estou de ferıas :)

Jad disse...

E eu também estou de férias. A bem da minha querida FRATERNIDADE!.
Não sei onde é que a Ana foi buscar a frase que considera ofensiva de "santa ignorância" ... Não fui eu ... Não confunda, por favor, o que eu escrevi com o que eu não escrevi. Julgo que a primeira república não teve sorte com a época em que apareceu. Também nunca escrevi nada a dizer que depois vinha a segunda ou não; se se está na segunda ou na terceira. Sobre República, para bem de todos vou continuar de férias. Saúde e Fraternidade!

MR disse...

Abraços aos “jovens turcos” :) :).
Gosto da frase de Antero e quando a pus não pensei que iríamos novamente por caminhos já andados. Era para não fazer nenhum comentário.
O ideal de República não se coaduna com sistemas ditatoriais, mesmo que promovam “eleições”, regimes de partido único, com Presidentes da República “eleitos”, etc. etc.
E para não falar de Portugal, toda a gente sabe como acabou a República de Weimar: com um ditador eleito. E, infelizmente, não foi caso único. E por aqui me fico, não vou dar mais para este peditório.
Saúde e fraternidade!

Jad disse...

Realmente no comentário de ontem, dia 11 de Outubro, das 17.17 escrevi:
Mas eu não vou transformar este nosso querido Blogue em POLÍTICA. Só em Fraternidade! Fico é com fúrias com a santa ignorância!
Mas não era minha intenção de aplicar aquela frase para a Ana. Era em geral. Fico mesmo furioso quando vejo tanto e tanto e tanto erro na Net. Temos de ter todos mais cuidado, desde a maneira como escrevemos como aquilo que escrevemos.

APS disse...

Não gostaria de ser parte nas picardias,mas penso que as palavras de Antero de Quental-de quem não sou fã,poeticamente falando,e,por isso me sinto isento-são extremente cistalinas,"geometricamente" correctas e lapidares.Como,creio,
e cito de memória,dizem os Evangelhos: quem tem olhos que veja,quem tem ouvidos que oiça.
E,quem saiba ler,que leia.Sem o calor deste dia,mas com a fria e ponderada ajuda da razâo.E por aqui me fico.
Alberto Soares

Anónimo disse...

Alberto,
As ideias são fundamentais para se lutar por um objectivo, por uma sociedade mais justa. Gosto imenso de Antero de Quental e a afirmação é belíssima no contexto em que foi dita.
"Quem diz Democracia diz naturalmente República". Proposição, juízo de valor tomado como uma verdade absoluta.
"Se a Democracia é uma ideia, a República é a sua palavra".
A proposição que condiciona um juízo a outro juízo.
"Se é uma palavra, é a sua acção".
Nesta proposição subentende-se que da ideia tem que se partir para a prática a acção implica movimento e efeitos.
"Se é um sentimento, a República é o seu poema".
A última proposição só se refere ao ideal e ao sentimento, a tudo o que se pode projectar futuramente como suporte a um ideal.
Concordo, deste modo com a sua afirmação:
"são extremente cistalinas,"geometricamente" correctas e lapidares".

Os juízos são cristalinos e objectivos para um contexto preciso. Podemos transportar este ideal através dos tempos mas não podemos alterar a realidade.
A paixão é bonita mas só como ideal. Pela realidade factual falam os documentos falam por si.
Ana

Anónimo disse...

retirar as duas últimas palavras
Ana