Prosimetron

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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Outono


Courbet - A floresta no Outono
Col. particular

O outono montou a sua tenda branca sobre os montes;
tiraram-lhes o tapete verdejante.
O ramo do jasmim perdeu os seus adornos
e a rósea olaia deixa cair as suas flores.
O pálido marmelo amarelece; a romã cora;
ó surpresa! terá um deles bebido o sangue do outro?
Os jardins estão assombrados por negros saltadores;
os negros corvos, com as suas vestes , com as suas vestes manchadas de [pez.
Esses bailarinos do outono começaram a agitar-se;
as aves da primavera calaram os seus brandos concertos.
Amáveis servidores, para festejar o equinócio,
trazem os seus presesntes ao afortunado príncipe.
E o longíquo mar encarregou a nuvem
de lhe lançar no trono, de presente, algumas pérolas.

Mo'ezzi (ca 1048-1147)
Trad. Maria Jorge Vilar de Figueiredo
In: Rosa do mundo. Lisboa: Assírio & Alvim, 2001, p. 610

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