Prosimetron

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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Poesia e prosa de Natal - 8

Natal é uma voz circular
calor de um ovo na palha dos ninhos
e música de flautas habitando
a solidão dos caminhos

Luís Veiga Leitão

6 comentários:

Jad disse...

M.R. consegue sempre surpreender-me. Aqui está um poeta de que nunca tinha ouvido falar. Santa ignorância a minha. Ainda por cima um militante anti-fascista e artista plástico.
OBRIGADO

MR disse...

Jad,
Eu não sabia que ele tinha sido artista plástico. Como poeta gosto imenso dele.
Não me lembro do nome dele, Luís Veiga Leitão era pseudónimo.

Jad disse...

Luís Maria Leitão era o seu nome, dedicava-se ao desenho; morreu no Brasil

Anónimo disse...

Não conhecia. Obrigada.
A.R.

João Mattos e Silva disse...

Conheci o Luís Veiga Leitão num "Encontro de Poetas em Vila Viçosa", à sombra de Florbela. Era uma personalidade fascinante. E um bom poeta.Merece bem ser recordado neste espaço.

MR disse...

Para lhe (nos) recordar esse encontro, aqui ficam dois poemas, com um abraço meu.

PORQUE MORRE UM POETA?
à memória de Ruy Cinatti

Porque morre um poeta? porque parte
a desvendar um sonho o encoberto
Se tudo o que um poema silencia
Seria revelado ou descoberto?
Porque morre um poeta? Porque morre?

João Mattos e Silva


2 EPIGRAMAS

É preciso dizer bom dia
quando o dia anoitece:
Ser exacto todo o dia
envelhece

O sábio das coisas simples
olhou em torno e disse:
Não há profundidade
sem superfície

Luís Veiga Leitão

In: Água clara: poetas em Vila Viçosa. Lisboa: Património XXI, 1987