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segunda-feira, 8 de junho de 2009

60 anos de uma nação: 1969

Um ano após o primeiro transplante de um coração pelo sul-africano Christiaan Barnard, é feita a primeira cirurgia da especialidade num hospital alemão: Rudolf Zenker, Director da Clínica Universitária Cirúrgica de Munique, dirige uma equipa durante oito horas. No entanto, o paciente sobrevive apenas poucas horas. O coração da doadora que falecera num acidente de viação poucos dias antes, comportava danos, resultantes desse acidente. O primeiro transplante de coração bem sucedido viria a registar-se em 1981. Na RDA, tal vitória viria a ser alcançada em 1986.

O partido democrático cristão sob a direcção do chanceler Kiesinger vence as eleições legislativas de 28 de Setembro. No entanto, o adversário social-democrata Willy Brandt inicia, para surpresa de todos os quadrantes políticos, negociações com o líder do partido neo-liberal, Walter Scheel. Conceitos comuns no que respeita à política externa, em particular ao relacionamento com a RDA e a União Soviética, são os alicerces para uma coligação entre estes dois partidos. O primeiro desafio à "sobrevivência" da coligação dá-se a 21 de Outubro: com apenas dois votos de maioria, Brandt é eleito o primeiro chanceler social-democrata, pondo termo a vinte anos de governação do partido conservador. Na sua primeira declaração diante do Bundestag, Brandt profere a célebre fórmula Mehr Demokratie wagen (trad. ousar mais democracia). A nova constelação política reflecte o processo de profundas mudanças em que a sociedade alemã ocidental se encontra. Inicia-se uma nova era de renovação política e social.


Em Novembro de 1969, termina o projecto revolucionário “Kommune 1”. Dois anos antes, 9 homens e 9 mulheres, acompanhados de uma criança, formaram uma comunidade num apartamento de Berlim de cariz muito especial: definem-se como modelo oposto à família tradicional que, no entender da Kommune 1, alimenta a ascensão de tendências fascistas. Em protesto a estes conceitos considerados conservadores e burgueses, praticam uma liberdade de relacionamento total e incondicional, defendem a igualdade de direitos para homem e mulher e organizam atentados “pacíficos”, ao atirar alimentos contra altas visitas estrangeiras. Saturação e problemas de toxicodependência, entre outros motivos, originam o fim desta experiência inédita dois anos depois. A Kommune 1 viria a ser exemplo para muitas comunidades que se constituíram ao longo dos anos 70.
Imagens: Christiaan Barnard; Willy Brandt; Kommune 1

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