Prosimetron

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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

V

Fotografia No. HU 55521 das Colecções do Imperial War Museum (domínio público).


Fotografia tirada em Downing Street, Londres. Winston Churchill faz o "V" de Vitória, a 5 de Junho de 1943. É igualmente a fotografia da característica humana da liderança, personificando a perseverança e o levantar da moral como forças motrizes da sociedade.

Recorde-se que a 5 de Junho de 1943, o panorama era pouco favorável para o Primeiro Ministro Britânico, a caminho de completar três anos de guerra mundial. A Velha Europa estava manchada pela suástica Nazi e pelos emblemas dos seus aliados dos Pirinéus até à Ásia: França, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Alemanha, Noruega, Finlândia, Dinamarca, Checoslováquia, Áustria, Polónia, Estónia, Letónia, Lituânia, as repúblicas soviéticas da Bielorrússia e da Ucrânia, Itália, Jugoslávia, Albânia, Grécia, Hungria, Bulgária, Roménia e até as Channel Islands britânicas, hasteavam bandeiras do Eixo. Do outro lado do mundo, o Oriente estava pintado com o Sol Nascente: para além do Japão, a bandeira dominava vastas províncias na China (incluindo a Manchúria), e países ou províncias coloniais como Burma, Cambodja, Hong-Kong, Indonésia, Malásia, Tailândia, Singapura, Filipinas, Vietname, Coreia e a Formosa, e até territórios do Raj Britânico (as ilhas de Andaman e Nicobar).

Havia sinais de esperança, uns mais visíveis do que outros: em Fevereiro, a primeira grande vitória aliada tinha tido lugar na Frente Oriental, com a rendição do 6º Exército Alemão em Estalinegrado às tropas soviéticas; depois de múltiplos sucessos, a 13 de Maio o Afrika Korps e as tropas Italianas do Norte de África renderam-se às tropas Aliadas; a gênese do movimento francês de Resistência pode ser traçado a 15 de Maio (mas ainda sem expressão que justificasse um entusiasmo internacional); a 24 de Maio, o almirante Karl Dönitz ordenara a retirada da maior parte dos submarinos Nazis do Atlântico, na sequência das pesadas perdas inflingidas pelas novas tácticas anti-submarino dos Aliados.

No entanto, eram sinais frágeis e recentes, na sua maioria possivelmente reversíveis (sem o benefício de olhar para trás na História): em Varsóvia, os Nazis acabavam de esmagar a sublevação do ghetto, com a sua total destruição; os exércitos Nazis haviam reconquistado Cracóvia às tropas soviéticas poucos dias antes; tropas Americanas e Japonesas defrontavam-se nas Aleutas (as ilhas que formam um prolongamento da península do Alasca); aviões japoneses bombardeavam em Maio a cidade de Darwin, na Austrália.

Em Downing Street, Winston Churchill fazia o sinal da vitória para as câmaras.

3 comentários:

Filipe Vieira Nicolau disse...

Gesto e fotografia emblemáticos

ana disse...

Fotografia fantástica! Boa escolha.

Não tirei uma fotografia ao nº 10 de Downing Street porque os guardas tinham um ar tão agressivo...

Jad disse...

Boa escolha