Prosimetron

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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

José Gomes Ferreira, 2 pequenos poemas de "Areia"

Do meu jardim
AREIA (1938)

IX
Volto para trás
nesta paz
de ver nos meus passos
o único sinal profundo
da tarde lilás...

Que bom! Hoje não quero salvar o mundo.

X

Porque é que este sonho absurdo
a que chamam realidade
não me obedece como os outros
que trago na cabeça?

Eis a grande raiva!

Misturem-se com rosas
e chamem-lhe vida.

José Gomes Ferreira, Poesia II, Lisboa: Portugália Editora, 1972, p.19 e 20.

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