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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Praias e lugares da minha infância - 5


 Algés no Séc. XVIII
Tinha 3 anos e meio quando a minha mãe, por questões de partilhas com os irmãos, teve que sair da casa da Quinta do Alperce,  que foi vendida, na Alameda D. Afonso Henriques onde nasci. Como a minha irmã sofria horrivelmente de asma e a conselho do médico, que achava que ela melhoraria junto ao rio, os meus pais decidiram ir viver para Algés, que ficava relativamente perto de Lisboa - sobretudo por causa do meu pai que se deslocaria de comboio para o escritório - e era, nessa altura, pouco populoso.

                                                        Algés, com a Praça de Touros

Habituado a ter espaço ao ar livre onde brincava com os meus cães Lobo de Alsácia, a Diana e o Tejo, senti a diferença. Mas as crianças adaptam-se com mais facilidade e lá me integrei. Fomos viver para um apartamento que, quando nos mudámos para lá, tinha vista sobre a Praça de Touros e, mais tarde, arrasada esta, sobre a marginal e o rio. Ficámos nessa casa até julho ou Agosto de 1950, quando voltámos para Lisboa, porque a minha irmã não melhorara e até mesmo piorara com a humidade do rio e viemos habitar a casa onde ainda moro, em Lisboa.   
                                       
Lugre Creoula  (1937/2012)

Do que me lembro desse tempo é de uma ida à tourada com a cozinheira, que era a Maria Gorda, por contraste com a criada de fora que também era Maria, mas magra como a Olívia Palito (nomes dados por mim). Acompanhava-nos o namorado dela, um marinheiro de um lugre bacalhoeiro, que também visitei e onde almocei uma vez. Aos domingos, invariavelmente íamos lanchar a enormes cafés/esplanada junto a marginal e defronte do Palácio Anjos e depois visitar o Aquário Vasco Gama. Fui tantas e tantas vezes que já tratava os peixes por tu e nunca mais lá pus os pés.

                                                                 Aquário Vasco da Gama
Algumas vezes, em alturas de bom tempo, íamos piquenicar junto à capela de Nossa Senhora da Boa Viagem, na Cruz Quebrada, que fica no alto de uma colina sobranceira ao rio e tinha espaço para jogar à bola e aos jogos infantis que jogava com a minha irmã.
Piscina do Sport Algés e Dafundo
Com umas amigas da  minha mãe, que viviam também em Algés, lembro-me de ter ido assistir a  uma competição de saltos na piscina do Sport Algés e Dafundo. Vem daí o meu interesse pela modalidade e o facto de ter assistido, recentemente, na SIC, ao "Splash  das celebridades", com grande escândalo dos meus filhos, que devem ter pensado que já estou a ficar gagá.

                                                  Actual Farol da Gibalta, do lado esquerdo da imagem

Um acontecimento que não esqueço, embora já não vivesse em Algés, foi o terrível acidente que resultou dos desmoronamento, devido à chuva forte desse dia e problemas nos terrenos onde estava implantado, do Farol da Gibalta,  em 31 de Março de 1952, que caiu sobre a via férrea do comboio Lisboa- Cascais, provocando 10 mortos e 38 feridos. O farol foi destruído e construído 30 metros  mais adiante.
Naquele tempo havia praia em Algés, bem como no Dafundo, mas não me lembro de lá ter ido alguma vez.

1 comentário:

MR disse...

Estes posts são muito giros.
Lembro-me bem destes cafés com esplanadas, onde tb lanchei várias vezes.
Tenho andado a pensar em levar os 'infantes' ao Aquário Vasco da Gama.