Prosimetron

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quinta-feira, 4 de junho de 2009

60 anos de uma nação: 1967

Passados doze anos sobre a primeira visita à Alemanha, o Xá da Pérsia volta novamente a pisar solo germânico, desta vez na companhia de Fahra Diba. O glamour à volta dos imperadores é assolado por uma onda de forte contestação contra o Xá, acusado de dirigir o seu país em regime de tirania e desigualdade social. O protesto contra os soberanos forma-se sobretudo nos meios estudantis que são alvo de agressões de adeptos do Xá e dos serviços secretos persas.
A polícia alemã actua com uma estratégia extremamente agressiva contra os estudantes a favor das visitas oficiais. Os confrontos violentos culminam na morte do estudante Benno Ohnesorg, causada por uma bala disparada por um agente de polícia. O incidente polariza a república e é um dos motivos principais para as revoltas estudantis do Maio do ano seguinte.

A televisão dá um passo decisivo em finais de Agosto: um programa musical popular é transmitido pela primeira vez a cores. Willy Brandt, vice-chanceler e ministro dos negócios estrangeiros, é anfitrião deste momento inovador, ao carregar num botão encarnado. Os (poucos) espectadores que já dispõem de um novo televisor poderão assistir à programação a cores a partir deste momento. A Alemanha Oriental esperaria por esta inovação até 1969.

A mini-saia conquista definitivamente o mundo e, naturalmente ambas as “Alemanhas”. Da autoria da estilista londrina Mary Quant, transporta consigo o espírito dos Swinging Sixties da capital britânica para todo o mundo. Twiggy é incontestavelmente o modelo “chave” da mini-saia. A Alemanha Ocidental faz-se representar pela condessa Vera Gräfin von Lehndorff, mais conhecida por Veruschka.

Imagens: o Xá e sua esposa, na recepção oficial com o Presidente da República Lübke; Benno Ohnesorg; televisão a cores; Vera Gräfin von Lehndorff (Veruschka)

3 comentários:

Anónimo disse...

Fotografias fantásticas!
A.R.

Anónimo disse...

Filipe! Só agora é que vi o artigo sobre 1966. Obrigado por recordar Udo Juergens!
Pedro M Hatheyer

Filipe Vieira Nicolau disse...

Caríssimo Pedro Maria, tive algum receio em incluir o Jürgens em crónicas relacionadas com a História Alemã. Não fosse tal atrevimento ser considerado uma das muitas aspirações pan-germânicas infelizes do passado. Abraços alfacinhas para a bela metrópole do Danúbio