Prosimetron

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terça-feira, 2 de junho de 2009

As mãos que trago - Alain Oulman


Inaugura 5.ª feira, 4 de Junho, 21h30
Museu do Fado
Largo do Chafariz de Dentro, 1
Lisboa

4 comentários:

Miss Tolstoi disse...

Gosto do Alain Oulman que musicou um fado de Amália que adoro:

ABANDONO

Por teu livre pensamento
Foram-te longe encerrar
Tão longe que o meu lamento
Não te consegue alcançar
E apenas ouves o vento
E apenas ouves o mar

Levaram-te a meio da noite
A treva tudo cobria
Foi de noite, numa noite
De todas a mais sombria
Foi de noite, foi de noite
E nunca mais se fez dia

Ai! Dessa noite o veneno
Periste em me envenenar
Oiço apenas o silêncio
Que ficou em teu lugar
E ao menos ouves o vento
E ao menos ouves o mar

David Mourão-Ferreira
(escrito de cor)

LUIS BARATA disse...

Esta semana apetecia-me ser ubíquo! Tantas coisas interessantes a acontecerem na nossa urbe.

Anónimo disse...

Miss Tolstoi,
Gosto desse fado de Amália. É lindo!
E lembrou-me um outro poema:

SOU BARCO

Sou barco abandonado
Na praia ao pé do mar
E os pensamentos são
Meninos a brincar.

Ei-lo que salta bravo
E a onda verde-escura
Desfaz-se em trigo
De raiva e amargura.

Ouço o fragor da vaga
Sempre a bater no fundo,
Escrevo, leio, penso,
Passeio neste mundo
De seis passos
E o mar a bater ao fundo.

Agora é todo azul,
Com barras de cinzento,
E logo é verde, verde,
Seu brando chamamento.

Ó mar, venha a onda forte
Por cima do areal
E os barcos abandonados
Voltarão a Portugal.

António Borges Coelho

Este poema também foi musicado por Luís Cília.
M.

Anónimo disse...

Não conhecia este poema de Borges Coelho. Aliás, desconhecia por completo que A.B.C. também era poeta.
J.