Prosimetron

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quinta-feira, 4 de junho de 2009

O que estou a ler - 4

Estou a ler o mais recente ensaio do José Gil, publicado no mês passado, e onde o autor continua a sua exploração dos traços distintivos da nossa identidade. Deixo-vos hoje o primeiro dos excertos que escolhi pela sua impressividade:

" (...) Neste sentido a identidade é uma patologia de que o eu é o vírus despótico. Eu uno, unificador e omnipresente. Em tudo, na acção, na fala, nas relações sociais, na vida profissional, no espaço público, nós somos «fulanos de tal», somos pessoais e auto-reflexivos ( ao contrário da criança ou do artista ou artesão, perdidos no objecto e no jogo ) . Somos portugueses antes de sermos homens - eis a doença da hiperidentidade que nos corrói. 2. A nossa falta de confiança, a inércia, a autocomplacência, o queixume e a inveja são pragas nacionais que nos envenenam. Todas decorrem naturalmente do tipo de subjectividade produzida pela doença da identidade. Esta fecha-nos em nós mesmos, impedindo-nos de criar um «fora», ar e vento livres, respiração para viver. " ( p. 10 )

- EM BUSCA DA IDENTIDADE - o desnorte, José Gil , Relógio D' Água Editores.

3 comentários:

Anónimo disse...

Tive o livro na mão e acabei por não o comprar. Parece interessante, apesar de um pouco egocêntrico. Vou aguardar por mais excertos.

Cada vez mais precisamos de ir ao encontro da nossa identidade! Desculpem os europeístas mas estar na Europa só faz sentido se preservarmos a nossa identidade...
A.R.

Miss Tolstoi disse...

Mas somos portugueses porque antes somos homens. Ou não?
Chateia-me esta conversa mole.
O outro livro dele, "Portugal hoje - o medo de existir", eram só banalidades.
A filosofia portuguesa... nas suas variantes.

A.R., quer maior identidade do que a língua que falamos?

Miss Tolstoi disse...

E escrevemos.