Prosimetron

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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Em memória de Jorge Luís Borges!

Em memória de Jorge Luís Borges que nasceu a 24 de Agosto de 1899 em Buenos Aires, poeta argentino que muito aprecio.

Jan Van der Heyden, "Room Corner with Curiosities", 1712**
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Museu de Belas Artes, Budpeste, Hungria
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"Al recorrer las pruebas de este libro, advierto con algún desagrado que la ceguera ocupa un lugar plañidero que no ocupa en mi vida. La ceguera es una clausura, pero también es una liberación, una soledad propicia a las invenciones, una llave y un álgebra."
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J.L.B. La Rosa Profunda, Prólogo, Buenos Aires, junio de 1975. * (retirado da net. No livro indicado está no Prólogo p. 79. Gostei mais do excerto em espanhol).
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Do que Nada se Sabe

A lua ignora que é tranquila e clara
E não pode sequer saber que é lua;
A areia, que é a areia. Não há uma
Coisa que saiba que sua forma é rara.
As peças de marfim são tão alheias
Ao abstracto xadrez como essa mão
Que as rege. Talvez o destino humano,
Breve alegria e longas odisseias,
Seja instrumento de Outro. Ignoramos;
Dar-lhe o nome de Deus não nos conforta.
Em vão também o medo, a angústia, a absorta
E truncada oração que iniciamos.
Que arco terá então lançado a seta
Que eu sou? Que cume pode ser a meta?

*Jorge Luis Borges, in "A Rosa Profunda" (1981) Obras Completas III, 1975-1985, Lisboa: Teorema, 1989 (Tradução de Fernando Pinto do Amaral), p.103.

Jan Van der Heyden pintou outras telas com o mesmo tema e com pequenas variações. Achei graça a este canto da sala e julgo que seria um bom ambiente para Jorge Luís Borges que, apesar de cego, viveu rodeado de livros.

2 comentários:

MR disse...

Em complemento aos eu último parágrafo, Jorge Luis Borges foi director da BN argentina.

Miss Tolstoi disse...

Há dias li esta frase de JLB, citada por um leitor compulsivo. Transcrevo-o por a achar apropriada a este post: "Não sei se fui um grande escritor. Tenho a certeza , isso sim, de que fui um grande leitor".