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segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Praias e lugares da minha infância -6

Praia do Magoito ao entardecer
 
Um das alternativas de idas à praia, de que me lembro, era a Praia do Magoito. Uma praia lindíssima, rochosa, muito diferente da das Maças. E que tinha a vantagem de ser menos frequentada e se estar mais à vontade, sem   obrigação de constantes salamaleques à Senhora Dona e ao Senhor Doutor, conhecidos de Sintra.

 
 
Para o Magoito ia-se em "excursão": não só o núcleo familiar da minha mãe, tia Alda , a minha irmã e eu, mas os amigos e  respectivas mães e irmãs. Já não recordo porquê, mas  o almoço era, quase sempre, arroz de salsichas frescas, complementado com pastéis de massa tenra, que tia Alda fazia divinalmente. E o dia passava-se entre jogos de bola, de ringue, passeios às rochas à procura de marisco, que não havia, banhos e mais banhos com as tais 3 horas  de espera para fazer a digestão.



Só recordo dois episódios mais incomuns: um, o de num dos banhos da "malta" nova toda, me terem vindo parar aos pés, com uma onda mais forte, os calções de banho. E nessa altura já era púbere e a vergonha foi muita porque ainda por cima era muito menino de coro.

 

A outra foi mais divertida e ao mesmo tempo mais "atrapalhante". A mãe de um dos meus amigos, cheia e de requebros e curvas e que fazia voltar a cabeça a novos e velhos era, o que se podia dizer nesses tempos, um bocado aventureira. Nesse dia - julgo que o primeiro e único dela da idas à praia em grupo - tinha um maillot muito justo e pequeno. Quando o banheiro, um rapagão bonito e bem constituído, veio montar a barraca, ela insinuou-se e começou a esticar o fato de banho: se puxava para baixo, descobria mais o peito, se puxava para cima, via.se o que não se devia em baixo. A mãe e a tia Alda estavam perplexas e nós, mais novos, mortos de riso, Mas não podíamos rir, por a senhora ser mãe de um de nós e porque, apesar daquela tonteira, gostarmos muito dela. É claro que a minha mãe arranjou sempre pretextos para não ir mais com ela à praia. Passeios por Sintra? Não fazia mal porque eram quase sempre para lugares sem muita gente, ou mesmo nenhuma além de nós...

7 comentários:

ana disse...

Fotografias muito bonitas. Gostei muito de as ver porque passei umas férias nesta praia, ainda não tinha o corrimão azul de acesso à mesma.
Grata.
Beijinho. :)

LUIS BARATA disse...

Tb fui em família várias vezes a esta praia, tal como às Maçãs. E que aconteceu à mãe do seu amigo? Viveu casada para sempre? :)

João Mattos e Silva disse...

Não. Uns anos mais tarde, ao saber que o marido fazia umas divagações, chamemos-lhes poéticas, atirou com a s cangalhas ao ar e fugiu, literalmente, com o dentista que tinha consultório no prédio onde vivia...

LUIS BARATA disse...

:) :) :)

MR disse...

:-))
Também fui muitas vezes ao Magoito. Em criança também em excursão com os pais e amigos dos meus pais. E lembro-me de apanhar mexilhões. Apanhar era um modo de dizer porque tinham de ser desencravados das rochas e ficávamos com as mãos um bocado moídas.
Mais tarde, uma amiga minha tem lá uma casa e costumava ir passar uma semana para casa dela.

MR disse...

E descer as escadas para a praia? Descer e subir...

João Mattos e Silva disse...

Agora imagine, MR, a minha mãe que na altura já tinha 54 anos - foi uma mãe tardia - e minha tia que teria 6o e tal. Mas as pessoas daquele tempo tinham uma energia que falta á minha geração e às mais novas. Na altura não havia drunfos :))