Prosimetron

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terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Os meus poemas -32

ADOLESCENTE

12.


Dizes que vens, e afinal,
Recebo cartas.
Palavras, -
E uma pérola de cravo
Que fora vermelha e linda.
Desengana-me - sou forte.
Quero entregar-me,
Sentir
Outro corpo que pretenda
Insinuar-se,
- Vibrar! ...
Dar tudo quanto for vida
E não ser como tens sido
- Coisa fosca, diluída...


Dizer ao amor que venha
Mais tarde, amanhã, um dia,
-É matar
razão porque se vive
Dando à morte o doido avanço
Que ela
- Não conquistou, - e é morrer
Na mais triste fantasia.

António Botto
( 1897- 1959)

3 comentários:

Miss Tolstoi disse...

Um poeta da minha adolescência de que continuo a gostar.

Anónimo disse...

Para além de ter sido um dos primeiros poetas que li, foi também um dos primeiros escritores que li - «Histórias do arco-da-velha»...
M.

Anónimo disse...

É bonito.
A.R.