Prosimetron

Prosimetron

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Os Pássaros/Aves e a Arte 4.

Hoje apresento as pinturas do Palácio de Sintra. Adoro esta cidade, desde a minha adolescência que reservo um dia, nas férias, para passear pelas quintas e para visitar a Periquita, onde saboreio os travesseiros e as queijadas.
Os pássaros fazem parte do Palácio e decoram com simbolismo duas salas: a Sala das Pegas e a Sala dos Cisnes ou Infantes.

Palácio de Sintra, Sala das Pegas
Na Sala de Pegas, antiga sala das Audiências Régias, a pega que agarra uma rosa tem pendente no bico uma tarja, onde se lê:
“Por bem."
Palácio de Sintra, Sala dos Cisnes ou Sala dos Infantes


No piso superior do Palácio encontra-se a “Sala dos Infantes” ou “dos Cisnes”, outra obra Joanina (D. João I) mandada construir para o monarca recordar a filha Isabel, duquesa de Borgonha. O tecto é formado por 27 caixotões octogonais (exceptuando os quatro de canto), emoldurados por talha predominantemente dourada; dentro de cada caixotão está pintado um cisne com uma gargantilha de ouro com campainhas, variando as atitudes de painel para painel, sem que se encontrem dois idênticos.
Não acham uma beleza?
Só não compreendo a diferença entre as duas salas: o pintor da Sala das Pegas parece menos "artista" do que o da Sala dos Cisnes. A diferença leva a crer que as pinturas foram realizadas em reinados diferentes mas, D. Isabel, Duquesa de Borgonha, foi efectivamente filha de D. João I o que coloca a pintura das salas no seu reinado. Sei que D.Pedro II mandou renovar as pinturas dos tectos. Não tenho dados sobre os pintores, alguém sabe?

6 comentários:

Anónimo disse...

Na verdade, na tarja que pende do bico da pega, só se encontra: "Por bem".
E tanto quanto se sabe não era o mote do Rei.

ana disse...

Obrigada, vou corrigir.

Anónimo disse...

Engraçado este post.
M.

Anónimo disse...

No Palácio Nacional de Sintra existe uma sala cujo o tecto esta pintado com diversos desenhos de pegas.

Diz-se que o rei e a rainha que lá viviam nessa época fizeram casar mais de um cento de mulheres, entrando na conta as que ele próprio casou também, seguindo tão bons exemplos. Não havia uma ligação ilícita, nem um adultério conhecido. A corte era uma escola. D. Filipa, pregando ao peito o seu véu de esposa casta, com os olhos levantados ao céu, não perdoava. Terrível, na sua mansidão, trazia o marido sobre espinhos.
Certo dia, segundo reza a lenda, em Sintra, o rei esqueceu-se, e furtivamente pregava um beijo na face de uma das aias, quando apareceu logo, acusadora e grave, sem uma palavra, mas com um ar medonho, a rainha casta e loura. D. João, enfiado, titubeando, disse-lhe uma tolice: "Foi por bem!!!". A rainha saiu solenemente. Eram ciúmes? Não, ciúmes só sente quem está apaixonado, e não era o caso. Apenas sentia o seu orgulho ferido.
Rapidamente a notícia se espalhou pelo palácio, e toda a criadagem andava com a frase "Foi por bem" na boca. Chateado com a situação, o rei decidiu tomar uma iniciativa, mandou construir uma sala para a criadagem. Todos ficaram radiantes e contando os dias que faltavam para a sala estar pronta.
Finalmente chegou o dia, iam conhecer a sala. Qual não foi o espanto de todos ao verem que o tecto de tal sala estava todo pintado com pegas, que tinham escrito no bico "Pour Bien". (traduza-se por bem).
Tirado de: http://forum.g-sat.net/archive/index.php/t-92578.html

ana disse...

Agradeço a informação ao anónimo das 18:52h.

JP disse...

Por bem, como divisa ou alma da empresa de D. João I, está documentado no seu túmulo da Batalha e na crónica de D. Duarte, de Rui de Pina, ao narrar-se a trasladação do Rei para o Convento de Sta Maria da Vitória.
Desconheço a razão de ser das dúvidas colocadas pelo anónimo do
1.º comentário, mas agradecia mais "desenvolvimento"!