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terça-feira, 26 de maio de 2009

60 anos de uma nação: 1960

O Hotel Waldorf Astoria de Nova Iorque é palco para o encontro entre o chanceler Konrad Adenauer e o Primeiro-Ministro de Israel Ben Gurion. No âmbito de uma visita oficial aos Estados Unidos e ao Japão com o propósito de melhorar a imagem da Alemanha no estrangeiro, Adenauer fala abertamente da culpa alemã dos horrores cometidos aos judeus entre 1933 e 1945. Dão-se os primeiros passos de uma tentativa de reconciliação num relacionamento dificílimo entre os dois países. Ben Gurion profere a célebre frase: “A Alemanha de hoje não é a Alemanha de ontem.”

Em apenas 15 anos após a destruição total, a Alemanha Ocidental ascendeu à segunda potência económica mundial depois dos Estados Unidos da América. Em 1960, o produto interno bruto regista um crescimento de 8,6% e segue assim o ritmo das taxas verificado durante a década anterior em que 1955 atingiu o valor record de 12,1%. A taxa de desemprego situa-se nos 0,6%.

Marlene Dietrich visita a sua cidade natal, Berlim, a 30 de Abril pela primeira vez ao fim de 15 anos. Em 1945, combatia as tropas alemãs ao lado dos americanos. “Abandonei a minha terra por me envergonhar dela”, afirma a diva durante a visita. A digressão pela Alemanha é triunfante, não obstante as vozes e os cartazes “Marlene go home” de alemães que nunca lhe perdoaram a atitude tomada durante a Segunda Guerra Mundial. Num concerto em Düsseldorf, Marlene é agredida por uma espectadora. Decide nunca mais actuar na Alemanha. Na verdade, Marlene não voltaria a rever Berlim. Voltaria, no entanto, a cantar alguns anos depois em Baden-Baden.


Imagens: Adenauer e Gurion; o milagre ecónomico alemão (Wirtschaftswunder); 3ª e 4ª imagem: Marlene Dietrich em Berlim (fotos, LIFE)

2 comentários:

Anónimo disse...

Gostei.
A fotografia com o regresso a Berlim de Marlene Dietrich é fabulosa!
A.R.

Anónimo disse...

Tenho aprendido imenso com esta mini-série. Obrigada, Filipe. CMC