Prosimetron

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segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Cantiga

Comigo me desavim
sou posto em todo perigo;
não posso viver comigo
nem posso fugir de mim.

Com dor, da gente fugia,
antes que esta assi crecesse;
agora já fugiria
de mim, se de mim pudesse.

Que o meo espero ou que fim
do vão trabalho que sigo,
pois que trago a mim comigo,
tamanho inimigo de mim?
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Francisco Sá de Miranda
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Francisco Sá de Miranda, in João Gaspar Simões, História da Poesia Portuguesa, Das Origens aos Nossos Dias Acompanhada de uma Antologia, Empresa Nacional de Publicidade, 1955, Vol.I p. 274

3 comentários:

APS disse...

Deixou "prole" este nosso Grande poeta de versos pensantes - que não é muito normal na nossa história literária.O primeiro foi sem dúvida Francisco Manuel de Melo. E,depois,os "bisnetos":Alexandre Herculano e Antero de Quental.
Finalmente,mais próximo de nós,Fernando Pessoa. Espero não me ter esquecido de nenhum parente...

APS disse...

Bem me parecia que faltava alguém.
Um "primo" exilado que viveu longe:
Jorge de Sena. E que "primo"!

Anónimo disse...

Obrigada.
Também gosto dos poetas que focou.
Ana