Prosimetron

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quinta-feira, 30 de outubro de 2008

A pele de Obama

"(...) Seria um facto único e inaugural que os americanos elegessem um presidente negro, facto com um peso simbólico tal que, na realidade, nada seria como dantes. «Nada»: mas o quê?
Apesar das referências a Luther King ( cujo «sonho» seria agora realizado), a verdade é que Obama nunca insistiu neste tema.
Não se apresentou como o candidato dos negros ou da luta anti-racista. Não privilegiou nem escondeu o facto de ser negro, deixando-se simplesmente ser e ser percepcionado como o que realmente é: mestiço, um produto da mestiçagem étnica e cultural que gerou boa parte do povo americano.
Ser mestiço é passar despercebido, possuir uma cor de pele imperceptível, como a dos brancos. Não deixou que a sua cor de pele se tornasse um facto político. Neutralizou-lhe a cor, não é branca nem negra, é invisível. Aqui também Obama levou a melhor a McCain, de quem se descobriram ascendências «esclavagistas». Obama elevou-se acima dos conflitos raciais que tanto dividiram os americanos, encarnando a sua superação e mesmo, subliminarmente, a união da nação. A pele de Barack Obama é a prova de que a promessa de «mudar» já estava cumprida antes de o estar. Porque a sua pele actual é a garantia inconsciente da «Mudança» futura. Garantia de que o significante «Change» afinal não é vazio. (...) "

- José Gil, Change, in VISÃO de 30 de Outubro de 2008.

2 comentários:

Anónimo disse...

Vamos lá a ver o que vai acontecer no dia 4. Estou cheia de ESPERANÇA.
Ouvi hoje que a Sr.ª Palin ainda pode vir a ser a chefe do Partido Republicano. Também tenho esperança de que isso não acontecerá.
M.

Anónimo disse...

Julgo que o Obama gere bem a sua imagem. Estou convicta que vai ganhar, pelo menos as sondagens dos media assim o indicam.

Há uns tempos passaram no blog uns videos humorísticos...achei graça.
A.R.