Prosimetron

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sábado, 4 de abril de 2009

Coliseu dos Recreios (Lisboa), Verdi : Aida


Voltei hoje ao Coliseu para ver Ópera. Curiosamente o último espectáculo de ópera que tinha visto nesta sala, pela mão da minha mãe, também tinha sido a Aida (e já lá vão mais de trinta anos...). E a acústica melhorou muito graças às obras promovidas aquando de "Lisboa, Capital de Cultura" (1994).

O conjunto esteve bem: tanto os cenários como a encenação (... embora a marcha triunfal apresentada deixasse muito a desejar... nem parecia a mesma companhia que aparece no vídeo).

As vozes não seriam as melhores do mundo mas cumpriram bem a sua missão.

. Oksana Kramaryeva (Aida) que cantou um "Ritorna vincitor" com virtusiosismo e um "O patria mia" ainda melhor.
. Georgui Oniani (Radamés)
. Dina Khamzina (Amneris)
. Mikhlail Kazakov (Ramphis)
. Yuri Nechaev (Amorasro)



O público é que já não é o mesmo. Diziam os entendidos que o público mais crítico de Lisboa era o do Coliseu. Velhos tempos... O de hoje teve nota negativa. Estavam só para ver um espectáculo, fosse ele qual fosse. Barulho constante... e até havia uma “senhora” vestida com calças de ganga, casaco de plástico e com uma “estola” [sic] (assim dizia o acompanhante da dita senhora) [mas que não passavam de uns rabinhos de arminho, (certamente comprada na loja dos chineses)] que agitava as chaves durante a marcha triunfal.... Quando a Aida cantou (maravilhosamente) a sua Ária (no 3.º acto) “O patria mia” nem pestanejaram; mas durante o primeiro acto, por tudo e por nada, a casa vinha abaixo de palmas... E nunca, mas nunca, deixaram uma frase musical terminar no fim de quadro ou de acto...

4 comentários:

LUIS BARATA disse...

A última ópera que vi no Coliseu foi uma Carmen aqui há uns dois ou três anos, e as minhas impressões foram mais ou menos as mesmas.

ana disse...

Nunca ouvi ópera no Coliseu mas li que, de facto, era um público exigente e de classe média (culta). Há uns anos atrás a população média era mais culta do que hoje. Sinto nós na garganta de só pensar nisto!
É pena que o público não saiba ouvir ópera. Tem que ser educado, não sei é bem como.
E também acho que se deve ir apresentável para a ópera em homenagem aos cantores e à beleza do espectáculo.

Anónimo disse...

A senhora até se produziu toda, à moda dela, com "estola" e tudo - uma "estola" que mais parecia um cachecol.
Na verdade, não vi esta sequência que está no vídeo. Estranho a produção fornecê-la para a SIC visionar...
M.

Carlos Marques disse...

Também vi uma Aida no Coliseu, aí pelos anos 68/70 (não recordo a data exacta). Sei que era uma "récita popular", na sequência do programa do São Carlos.
Alguém me pode lembrar o "cast" dessa ópera?