Prosimetron

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quarta-feira, 13 de maio de 2009

60 anos de uma nação: 1951

Quer na Alemanha Ocidental, quer na RDA, é tempo de reconstruir: infra-estruturas, fábricas e sobretudo a habitação são prioritárias. A importância do aço e do carvão na época dá origem à assinatura do Tratado de Paris que institui a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA) com seis países fundadores, nomeadamente a Alemanha, França, Itália, Bélgica, o Luxemburgo e os Países Baixos. As atenções centram-se na extracção do carvão e produção do aço em França e na Alemanha (ocidental) que submetem as duas actividades económicas a um órgão de supervisão supra-nacional com sede no Luxemburgo, de acordo com o plano anterior do Ministro dos Negócios Estrangeiros francês Schuman. A “colectivização” das indústrias chave deverá assegurar um relacionamento pacífico entre ambos os estados. A CECA marca o início do processo de integração europeu.
A adesão da Alemanha a este tratado permite a extracção do carvão na região Ruhr em condições vantajosas, o que contribuirá significativamente para a retoma económica durante esta década.

A vida quotidiana dos alemães (ocidentais) volta, pouco a pouco, à normalidade no seguimento da introdução do marco e da reforma monetária em 1948. A oferta de bens alimentares satisfaz as necessidades do dia-a-dia. Alguns produtos, considerados de luxo como o café, continuam, contudo, de acesso difícil e caro.

A Alemanha Ocidental assiste ao primeiro escândalo cinematográfico do pós-guerra. O filme Die Sünderin (A pecadora) aborda tabus como prostituição, eutanásia e suicídio. Mas a cena decisiva da película, alvo de consternação, conta apenas poucos segundos: a actriz principal, a jovem Hildegard Knef, aparece, a uma distância pouco clara conforme nos mostra a imagem, quase toda despida. Este acontecimento, inédito à luz dos padrões de então, gera um debate público. São convocadas manifestações em prol e em detrimento desta nova liberdade de expressão. Às entradas de cinemas com o filme em cartaz, encontram-se padres católicos a exigir o boicote das salas. Apesar do - ou por causa do - escândalo, Die Sünderin torna-se num êxito de bilheteira na jovem república.
Imagens: Assinatura do Tratado de Paris; Slogan "Moeda nova - preços novos"; "Die Sünderin" com a "escandalosa" Hildegard Knef em background

1 comentário:

ana disse...

Interessante! Desconhecia o problema levantado pela película "Die Sünderin". Obrigada.