Prosimetron

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terça-feira, 16 de junho de 2009

60 anos de uma nação: 1975


2,5 milhões de alemães festejam a passagem do ano de 1974/1975 por um motivo muito especial: jovens entre os 18 e 20 anos atingem a maioridade em poucos instantes. A celebração de contratos, a escolha de um novo domicílio ou de um emprego ou quaisquer outros actos dispensam da autorização prévia dos pais, na sequência da redução da idade de maioridade de 21 para 18 anos. O direito a voto, quer activo quer passivo, é igualmente extenso a maiores de 18 anos. No entanto, mantém-se a obrigação dos pais de sustentar financeiramente os filhos, caso necessário.
A reforma do § 218 do Código Penal é inconstitucional, assim o decide o Tribunal Constitucional (Bundesverfassungsgericht) em Karlsruhe. A nova redacção deste artigo, votada com a maioria do partido social-democrata e neo-liberal, previa uma despenalização por completo da interrupção voluntária da gravidez durante as primeiras doze semanas. O partido conservador contesta a reforma pretendida que, poucas semanas depois, é definitivamente chumbada em Karlsruhe. Os juízes argumentam que o direito à vida e integridade física se aplica a qualquer ser humano, ainda que não nascido. Todavia, a sentença autoriza o legislador a despenalizar a interrupção sob determinadas condições: caso a mãe corra perigo de vida, a criança possa nascer com deficiências genéticas, a gravidez surja em consequência de um crime ou a mãe se confronte com uma situação pós-parto económico-social desfavorável, é possível a interrupção sem qualquer implicação penal.

A Alemanha Ocidental vive o pesadelo do terrorismo da Rote-Armee-Fraktion (Brigadas Vermelhas, também conhecidas por Fracção do Exército Vermelho). A 24 de Abril, seis membros da organização terrorista entram disfarçados na Embaixada da RFA em Estocolmo e prendem doze reféns. Exigem a libertação de 26 detidos, entre eles, Andreas Baader e Ulrike Meinhof. O governo alemão não cede. Em resposta à actuação de Bona, são assassinados o adido militar e o adido económico. Um explosivo, colocado pelos seis membros no interior do edifício, dispara inesperadamente: reféns e terroristas tentam escapar à explosão. Dois dos terroristas morrem, os reféns sobrevivem. Os restantes terroristas são condenados a prisão perpétua. Este acontecimento infeliz viria a ter réplicas trágicas nos anos seguintes.


Imagens: Passagem de ano 74/75; o Tribunal Constitucional em Karlsruhe; a Embaixada da RFA após o atentado da RAF

4 comentários:

ana disse...

Interessante!

LUIS BARATA disse...

E já há o "Complexo Baader-Meinhof" em dvd. :)

Anónimo disse...

O tal que era para termos ido ver?
M.

LUIS BARATA disse...

Esse mesmo. Vi-o há dias, mas não comprei pois já ia carregado...