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Hamlet integra inquestionavelmente o elenco dos ícones supremos do teatro clássico. Habitualmente conotado com um personagem vestido de preto, declamando to be or not to be no terceiro acto e segurando em sua mão uma caveira no quinto, é conhecido e reconhecido em qualquer idioma, em qualquer civilização nos quatro cantos do mundo. Talvez partilhe o estatuto inatingível de um Édipo, Fausto ou Peer Gynt, não tendo, mesmo assim, escapado a múltiplas sátiras ou abordagens cómicas ao longo dos 400 anos da sua existência.
Quem é então este príncipe da Dinamarca? Hamlet permanece um enigma difícil ou impossível de desvendar, independentemente da qualidade interpretativa e da encenação de uma produção. Neste contexto, o público equipara-se com os restantes personagens da peça shakespeariana: criamos a sensação de conhecer Hamlet intimamente no decorrer da narrativa, na incapacidade, porém, de alguma vez poder captar e definir a multiplicidade do protagonista de forma integral e satisfatória. Não é a verdade absoluta sobre o seu carácter que Hamlet nos transmite. Suas palavras proporcionam-nos uma introspectiva que associa os medos mais profundos de Hamlet à questão sobre o sentido e o significado de uma vida humana em geral. Que fazem indivíduos como eu rastejando entre o céu e a terra?
Quem é então este príncipe da Dinamarca? Hamlet permanece um enigma difícil ou impossível de desvendar, independentemente da qualidade interpretativa e da encenação de uma produção. Neste contexto, o público equipara-se com os restantes personagens da peça shakespeariana: criamos a sensação de conhecer Hamlet intimamente no decorrer da narrativa, na incapacidade, porém, de alguma vez poder captar e definir a multiplicidade do protagonista de forma integral e satisfatória. Não é a verdade absoluta sobre o seu carácter que Hamlet nos transmite. Suas palavras proporcionam-nos uma introspectiva que associa os medos mais profundos de Hamlet à questão sobre o sentido e o significado de uma vida humana em geral. Que fazem indivíduos como eu rastejando entre o céu e a terra?
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To be or not to be explica talvez o sucesso e a actualidade desta obra única ao longo de quatro séculos - a ansiedade da Humanidade de querer entender em pleno a sua existência e a frustração ao reconhecer, mais cedo ou mais tarde, a impossibilidade de tal empresa.
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3 comentários:
Belo post, adorei.
Enquanto a humanidade durar, esta peça será seguramente representada.
Gosto de encenações modernas e clássicas...muitas pessoas que conheço não gostam de adaptações modernas.
"Open mind" é o que sigo como lema e às vezes temos agradáveis surpresas!
Gostei especialmente da seguinte afirmação:
"To be or not to be explica talvez o sucesso e a actualidade desta obra única ao longo de quatro séculos - a ansiedade da Humanidade de querer entender em pleno a sua existência e a frustração ao reconhecer, mais cedo ou mais tarde, a impossibilidade de tal empresa".
A.R.
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