Prosimetron

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terça-feira, 14 de julho de 2009

Até as árvores... Um poema por noite!

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Até as árvores! Até as árvores
moveram os ramos
para arrancar as raízes
suicídios de chamas
em vez de flores.

Até as árvores! Até as árvores
conseguiram fugir
na noite dos homens
em florestas de fumo pelo céu...

Até as árvores! Até as árvores!...

E agora na madrugada fosca
da fuligem suspensa
curvam garras de carvão...

...onde só os pássaros
cantam nos ramos
o sol verde das folhas futuras...

José Gomes Ferreira, Poesia II - "Invasão" 1940-1941, Lisboa:Portugália Editora, 1972, p. 127.

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