Prosimetron

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domingo, 23 de novembro de 2008

1608, Novembro, 23

Nesse dia de 23 de Novembro de 1608, dia de S. Clemente, papa e mártir, nasceu em Lisboa, na Calçado do Combro, uma criança de sexo masculino. Colocaram-lhe, como nome Francisco. Eram seus pais D. Luís de Melo e D. Maria de Toledo Maçuellos.
Viveu e estudou em Lisboa, no colégio jesuítico de S. Antão (actual Hospital de S. José) onde, ao que parece, se distinguiu no estudo da matemática e da ciência militar. Com 18 anos parte, como militar, na armada de D. Manuel de Meneses para proteger a frota que devia chegar da Índia. Uma tempestade fez com que o navio se destroçasse em S. João da Luz (Espanha).
Nada fazia prever que um homem com este começo de vida viesse a ficar na História como escritor.
Trata-se de D. Francisco Manuel de Melo, sobre cujo nascimento ocorrem 400 anos. As comemorações deste aniversário ficaram ofuscadas pela passagem de outros tantos sobre o nascimento de António Vieira.
Poeta, escritor e narrador cronista, deixou-nos uma vasta obra, que, segundo os seus biografos, começou com apenas 20 anos, aquando do aparecimento de Doze sonetos por varias acciones : en la muerte de la Señora Dona Ines de Castro mujer del Principe Don Pedro de Portugal, (Lisboa, 1628).
Morreu, em Lisboa, a 24 de Agosto de 1666.

3 comentários:

Anónimo disse...

É verdade o Padre António Vieira é esmagador!

Obrigada por esta informação.
A.R.

MR disse...

ESCUSA-SE AO CÉU COM A CAUSA DO SEU DELÍRIO

Pois se para os amar não foram feitos,
Senhor, aqueles olhos soberanos,
Porque, por tantos modos, mais que humanos,
Pintando os estivestes tão perfeitos?

Se tais palavras e se tais conceitos,
Tão divinas, tão longe de profanos,
Não destes por oráculo aos enganos,
Com que Amor vive nos mais altos peitos,

Porque, Senhor, tanta beleza junta,
Tanta graça e tal ser lhe foi deitado,
Qual ídolo nenhum gozara antigo?

Mas como respondereis a esta pergunta?
Que ou para desculpar o meu pecado,
Ou para eternizar o meu castigo?

D. Francisco Manuel de Melo
In: Obras métricas. Leão, 1665

LUIS BARATA disse...

Justíssima lembrança.