Prosimetron

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sábado, 29 de novembro de 2008

Novembro com J. C. Pachelbel

Nuremberga foi um dos principais centros musicais da Europa durante o século XVII: destacava-se pelo seu elevado nível de composições, pela tradição secular no fabrico de instrumentos e pela primazia de um instrumento em particular: o órgão.
Johann Christoph Pachelbel (cujo apelido os próprios alemães pronunciam com alguma dificuldade…) nasceu nesta bela cidade em 1653, onde iniciou os seus estudos musicais.

Ocupou o cargo de organista em várias localidades da Alemanha: em Eisenach e Erfurt, estabeleceu contactos e amizades com membros da família Bach, entre eles, Ambrósio Bach, pai de Johann Sebastian. Na catedral de Santo Estêvão (Stephansdom) de Viena, estudou junto do célebre mestre Johann Kaspar Kerll, e foi precisamente na capital austríaca que Pachelbel conheceu o mundo da música italiana, predominante na casa dos Habsburgo.
No auge da sua carreira, voltou para a sua cidade natal e aceitou o convite para a função de organista principal da igreja de St. Sebald, o mais conceituado cargo da época em Nuremberga.

Imagem extraída de webloglearner.com

A par da sua actividade como intérprete, dedicou-se à composição de peças para órgão, cravo, conjuntos instrumentais e vocais. A importância de Pachelbel no universo musical concentra-se na arte da fuga, das variações e dos prelúdios corais, que influenciaram a obra de compositores barrocos posteriores, entre eles, Johann Sebastian Bach.

Hoje em dia, o nome de Pachelbel é associado quase automaticamente ao famosíssimo cânone e giga em ré maior para três violinos e violoncelo: uma melodia simples, desenvolvida em forma de cânone a partir de três vozes, é elaborada em 28 variações, aumentando gradualmente de densidade. O domínio do contraponto musical mistura-se com a habilidade de variação técnica.

A popularidade deste cânone tomou proporções por vezes absurdas: existem variações escocesas, adaptações especiais para casamentos, para pirotecnias, etc., etc…
Todavia, na sua versão original, este cânone representa uma das mais belas composições de toda a história da música clássica. Como sugestão para ouvir e descontrair, segue este registo (não foi possível identificar o conjunto musical; o retrato de Mozart, logo no início, deverá ser meramente decorativo).



5 comentários:

Anónimo disse...

Outro compositor de que gosto. E que oiço frequentemente.
M.

João Mattos e Silva disse...

Realmente, só quase se conhece o "cânone", mas deverá ser porque é de uma beleza insuperável, que transmite, paz, tranquilidade,sonho...
Agora quem fez este vídeo e o colocou no You Tube, não deve ter percebido que a peça não era de Mozart. Santa ignorância!

Jad disse...

Sei que Mozart fez uma versão desta obra, com as mesmas notas do cânone de Pachelbel. Talvez por isso tenham colocado o retrato de Mozart no documentário. Mas tanto quanto me lembro a versão de Mozart, embora com as mesmas notas, é mais lenta do que esta que aqui é apresentada. Gosto mais deste andamento.
Obrigado Filipe!

LUIS BARATA disse...

E são sempre bonitas as fotos outonais que escolhes.

Anónimo disse...

Bonito o post, concordo com o Luis Barata as fotografias outonais embelezam as palavras.
A.R.