Prosimetron

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sábado, 21 de março de 2009

Ser poeta


Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Áquem e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!
Florbela Espanca
(1897 -1930)

4 comentários:

Miss Tolstoi disse...

Poema muitíssimo apropriado para o dia de hoje. E a escultura em forma de flor (túlipa? ou tulipa?, nunca sei) é maravilhosa.

Anónimo disse...

A Túlipa é lindíssima, o poema também, mas já gostei mais dela do que agora.
A.R.

LUIS BARATA disse...

De onde é que eu conheço esta escultura...
Caro JMS, podia esclarecer os leitores!

Professora Lena disse...

Essa é a Floralis Genérica e se localiza em Buenos Aires. Tem 20 metros de altura e é articualda, ficando aberta durante o dia e se fechando a noite.. é lindissima e foi feita pelo arquiteto argentino Eduardo Catalano.. Se nao me engano, fica no bairro da Ricoleta