Prosimetron

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quinta-feira, 25 de junho de 2009

Daphnis et Chloe



A Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro tem uma Exposição denominada Livro do mês. A actual é sobre o seguinte livro Longi pastoralium, de Daphnide et Chloe, libri quatuor. Graece et Latine. Lutetiae Pariosiorum [Paris, França]: In Gratiam Curiosorum, 1754. 175, [1] p., 29 f. de estampas : il. ; 21 cm.
O seu autor, como se pode concluir pelo título é o poeta grego Longus [Λόγγος]

Transcremos o texto de Ana Virginia Pinheiro que acompanha a exposição:
História do Livro: Daphnis e Chloe é um dos mais antigos e conhecidos romances pastorais (amor bucólico) cuja autoria é atribuída a Longus, escritor grego. O texto foi escrito por volta do ano 200, mas o manuscrito foi tardiamente descoberto por Paul-Louis Courier, na Biblioteca Laurenziana, em Florença, 1809. A história de Daphnis e Chloe foi publicada, originalmente, em francês, em 1509 (existem 6 exemplares conhecidos) e em inglês, em 1587 (apenas, um exemplar conhecido).
O romance de Longus atraiu diversos ilustradores no século XVIII, principalmente artistas franceses que enfatizaram a sexualidade através de imagens – várias edições, em muitos exemplares, foram publicadas. Ao longo dos últimos cinco séculos, embora a obra nunca tenha saído de catálogos de impressores artesanais e editores comerciais, foi raramente valorizada, chegando a ser identificada na História do Livro como “o bestseller desconhecido” (Whiteman, 2009).

Sobre o exemplar: É único, no acervo da Biblioteca Nacional, proveniente da Real Bibliotheca, trazida para o Brasil pela corte de D. João em 1808; oriundo de uma tiragem de apenas 125 exemplares, este será conservado pelo Projeto Fênix*.

Raridade/importância: Bela edição, da qual não foram tirados mais que 125 exemplares, que inclui 29 gravuras de Benoit Audran (1698-1772), vinhetas gravadas por Simone Fokke, a partir de desenhos de Charles Dominique Joseph Eisen (1720-1778) e A. Cochin (BRUNET, t. 3, pt. 2, col. 1155).

Sobre o romance: Dois adolescentes, Daphnis (o rapaz) e Chloe (a moça) foram abandonados por seus pais e adotados, ainda bebês, por dois casais – viviam num bosque e eram pastores de cabras e ovelhas. Tiveram uma infância inocente até a interferência de Eros, que resolveu transformá-los num casal de amantes. Um dia, por acidente, Daphnis caiu num poço de lama; foi socorrido por Chloe que, ajudando-o a lavar-se, se encantou com seu corpo nu.

Desde então, Chloe não conseguia mais dormir, comer, nem cuidar de seus rebanhos.

Um dia, Daphnis foi beijado por Chloe, depois de vencer um desafio de Dorcon – um boiadeiro apaixonado pela moça.

Desde então, Daphnis não conseguia mais dormir, comer, nem cuidar de seus rebanhos.

Ficaram, então, envolvidos por esse sentimento inocente, até que um enviado de Eros, Philétas – um velho sábio, explicou aos jovens que aquela “doença” se chamava Amor e que o único remédio possível era que se beijassem (como já faziam) e que se deitassem nus – só.
Mas, o remédio de Philétas parecia incompleto, porque a “doença” não apresentava melhora, até que...

Enfim, essa história de amor é entremeada por vários acontecimentos, que incluem seqüestros, outro personagem feminino (Lycénion), que ensina a Daphnis a arte do Amor, a descoberta dos pais biológicos dos jovens, até o casamento dos dois apaixonados. A última cena está ambientada no quarto nupcial, onde o casal e convidados se fartam com frutas que simbolizam o Amor.


* Projeto de salvaguarda que objetiva resgatar à condição de uso as obras deterioradas e fora de consulta, do acervo da Divisão de Obras Raras, através de ações de conservação, restauração e microfilmagem – patrocínio: BNDES/2009
.

Por ser uma transcrição ficou a nova ortografia do português, séc. XXI...

Para saber mais "clic" aqui.

2 comentários:

ana disse...

A história de Daphnis e Chloe é uma das histórias mais bonitas de amor.

A gravura que apresenta é lindíssima. Que pena ter ido para o Brasil e não ter voltado quando D. João VI regressou ao reino!

Este rei...é que convenhamos...não agiu à altura de um rei! Bom mas foi importante porque hoje somos fruto do seu tempo.

Vou colocar o bailado de Ravel com este tema.

Anónimo disse...

A nova ortografia do português, ainda com uns brasileirismos, como o trema.
Digo já que sou a favor do acordo ortográfico, mas veremos se os brasileiros o vão seguir. Duvido.
M.