Prosimetron

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domingo, 13 de julho de 2008

SWING KIDS


O grupo de oficiais à volta de Claus Schenk Conde de Stauffenberg, os irmãos Scholl com o seu movimento Weisse Rose ou o sacerdote Maximilian Kolbe ficaram na memória da História: a coragem e a determinação de se opor ao regime de Hitler custaram a vida a estes heróis que provaram às gerações seguintes que existia resistência contra a ditadura do Terceiro Reich.
Muitos foram também os alemães que, de forma não organizada e anónima, combateram a maquinaria totalitária. Quase desconhecido continua o fenómeno dos Swing Kids.

Dançar ao ritmo de Benny Goodman, Count Basie, Lionel Hampton ou das Andrew Sisters na Alemanha da década de 30 era naturalmente proíbido. A cultura e a música americanas eram classificadas como “entartet”, ou seja, como géneros artísticos “degenerados”.
No entanto, o fascínio pelo jazz e swing americanos até na Alemanha marcou presença: a partir de 1935, jovens alemães, provenientes de camadas sociais privilegiadas, começaram a encontrar-se às escondidas para ouvir e dançar ao gosto da sua música preferida. Hamburgo terá sido a cidade com maior concentração dos Swing Kids. Os jovens detestavam o movimento da mocidade hitleriana (Hitlerjugend), destacavam-se por um guarda-roupa e corte de cabelo fora do habitual e conviviam em pontos de encontro secretos, longe da multidão e da propaganda do regime. Swing Heil! era a saudação utilizada. Sem motivação política, inconscientemente passaram a constituir um movimento de resistência.

Tal como outros movimentos, os Swing Kids foram denunciados à Gestapo que rapidamente se encarregou de dissolver os encontros. Muitos dos jovens foram deportados para campos de concentração.

Os Swing Kids merecem, sem dúvida alguma, a mesma projecção e notoriedade de outras vítimas do regime. À excepção de alguma literatura existente e de um filme de 1993, realizado por Thomas Carter (ver imagem), que evocou este movimento, os jovens permanecem em esquecimento. Infelizmente.

6 comentários:

Miss Tolstoi disse...

Não conheço este filme. Vou ver se o encontro.
Miss Tolstoi

Jad disse...

Obrigado! Também não conheço o filme. Gostaria de ver. Sabe se existe na FNAC?

Filipe Vieira Nicolau disse...

Não sei se existe na Fnac. Talvez via Amazon tenha mais sorte. Vale a pena: Kenneth Branagh e Robert Sean Leonard (Dead poets' society) entram em cena.

João Soares disse...

Filipe, há livros que recomendes sobre o tema?

Anónimo disse...

Andei à procura e parece-me que o filme, em português, se intitula «Os Últimos Rebeldes». Se o encontrar, darei notícias.
M.

Filipe Vieira Nicolau disse...

Obrigado pela dica!