Prosimetron

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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Crónicas Sul-Americanas : 5 - O Radiance of the Seas

- Radiance of the Seas, propriedade da Royal Caribbean.

Como já disse, foi em Valparaíso que embarcámos naquela que foi a nossa casa durante 14 dias, o paquete Radiance of the Seas, propriedade de uma das maiores empresas de cruzeiros do mundo, a Royal Caribbean.
Importa dizer, antes de mais, que este foi o primeiro cruzeiro a sério, tanto pela duração como pela embarcação em causa. Por isso, foi uma experiência completamente nova para mim, enquanto que alguns dos meus companheiros de viagem já eram "veteranos dos cruzeiros" o que até me foi bastante proveitoso pelas muitas dicas e informações.
Passando ao navio, direi que é realmente um hotel-flutuante como se calcula, mas ainda mais do que isso. Demorei alguns dias a conhecê-lo por inteiro, se bem que uma parte dele esteja inacessível aos passageiros ( e a curiosidade era muita: especialmente como são as cozinhas! ) .
Em primeiro lugar, tenho que salientar que ao contrário do que temia difícil é alguém aborrecer-se a bordo tal a diversidade de equipamentos disponíveis: cinema, sala de espectáculos, casino, spa, piscinas, ginásio, biblioteca, lojas, espaços para a prática de desportos colectivos etc.
E, além do uso individualizado de alguns dos equipamentos que mencionei, são organizadas uma miríade de actividades diárias para todos os gostos, idades e nacionalidades: aulas de línguas, palestras de arte, aulas de dança, os mais variados concursos, festas, encontros para solteiros, leilões de arte,serviço de fotografia, etc.
Tudo constante de uma newsletter publicada em várias línguas ( entre elas o português) entregue em cada camarote de véspera possibilitando que cada passageiro organize o dia seguinte. Ou não organize nada, e frua apenas ao seu gosto e horário personalizado como acontecia com muitos jovens e adolescentes que passavam o dia à beira das piscinas.
Sim, foi outra surpresa para mim a presença de bastantes jovens, já que um dos motivos porque resisti sempre a fazer cruzeiros foi a ideia de só estarem "velhinhos"- embora também os houvesse e muitos. Disseram-me que actualmente cada vez se vê mais jovens a fazerem cruzeiros, até porque os respectivos pais acham que é uma forma de "turismo seguro".
Evidentemente, a bordo vivia-se uma babel de línguas com 2173 passageiros de 47 nacionalidades, acrescendo a estes 800 tripulantes também provenientes de variados países, sendo o comandante norueguês. Destacavam-se um grupo de 500 americanos, com muitos a comprovarem a sua imagem de marca de arrogância e estupidez, e muitas centenas de sul-americanos ( brasileiros, argentinos, chilenos etc) , mas também os habituais japoneses, franceses, italianos e espanhóis.
Por todo o barco, existiam duas línguas francas: o inglês e o espanhol.
Todos os dias, e voltarei a este tópico, havia entretenimento de nível no Aurora Theatre, a sala de espectáculos do navio, com plateia e balcão para várias centenas de espectadores, com produções que não envergonham ninguém nos mais variados campos: dança, music-hall, ilusionismo, etc. Aliás, o navio conta com uma orquestra privativa bem como dançarinos e cantores recrutados em castings feitos em Hollywood.
Como sempre, os meus olhos fugiam para os livros e vi muita leitura a bordo: desde os best-sellers da actualidade, passando pelos policiais e é claro também Bruce Chatwin ou não fosse um cruzeiro à Patagónia...
Confesso que fiquei impressionado com a eficiência desta verdadeira "cidade flutuante", e nas noites em que me deitei mais tarde percebi que há sempre alguém a fazer algo, sejam os homens que renovam o cloro nas piscinas à uma da manhã, ou os que se ocupam de madrugada a limpar as inúmeras janelas, portas e casas de banho do navio para que tudo esteja reluzente e aromatizado para os passageiros mais madrugadores, quase sempre os mais avançados de idade como é habitual.

3 comentários:

Anónimo disse...

Nunca fiz nenhum cruzeiro, mas...
M.

Anónimo disse...

Toda a gente que conheço e fez, ficou fã. Mas há coisas que não me atraem.
M.

Anónimo disse...

Compreendo prefeitamente a sua atracção pelo "Radiance of the Seas".
Num mini-cruzeiro pelas ilhas gregas pude apreciar tudo o que relata. Gostava especialmente, dos jantares a bordo!
Gostei do cheiro a maresia, o calor é que impedia de andar a passear por alguns sítios. Foi uma boa experiência. Não sei o que é estar tanto tempo num navio.
A.R.