Prosimetron

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terça-feira, 19 de maio de 2009

Os primeiros escritos enquanto estudante. Lewis Carroll 2.

Lewis Carroll e os estudos, primeiros escritos

Após ano e meio de internato em Richmond Grammar School, 1844-45, Lewis Carroll foi admitido em Rugby (1846-49) uma das mais célebres public schools. A religião e as matemáticas eram o seu forte.
Em Richmond escreveu oito conjuntos de escritos intitulados “magazines familiares”, o primeiro, Poemas Úteis e Instrutivos.
Dos seus tempos de estudante em Rugby publicou O Magazine do Presbítero e toda a família colaborou. Já nestes primeiros textos utilizou o cómico absurdo.

As aranhas trepavam pelos longos cabelos grisalhos do grande astrólogo¨*

Em 1850 Carroll matricula-se em Christ Church, prestigiado colégio de Oxford, onde entre 1850 e 1853 publica O Guarda-Chuva do Presbitério de autoria exclusiva. Nele utilizou o nonsense e o absurdo surgiu sob a aparência de lógica. Deste escrito escolhi o seguinte excerto:

Abrigado sobo Guarda-Chuva do Presbitério, o leitor não sofre de tédio nem de mau humor. (c.1850)*

Artigos zoológicos

Nº 1 Os Elfos
Ignora-se ainda as origens desta raça de duendes com cerca de dois pés de altura, de formas delicadas e graciosas. Usam uma espécie de peliça acastanhada; os seus rostos ostentam doçura e jovialidade: o primeiro destes dois atributos explica o feroz apetite das raposas pelos elfos. Coleridge oferece-nos alguns dados suplementares: possuem «asas diáfanas», que lembram as das libélulas; bebem «o aromático orvalho nas flores de tojo» (mas só ao pequeno-almoço, dado que o orvalho seca antes do meio-dia), e gostam de «revolutear alegremente sobre os pés mágicos», ou em termos mais prosaicos, de «dançar freneticamente a polca» (…). Demonstram razoáveis dotes de arquitectura, se bem que, por motivos óbvios, as suas residências se assemelhem um pouco a grandes casotas de cão. (…)”

* Imagens digitalizadas do livro citado p.20

Stphen Lovett Stoffel, Lewis Carroll no país das maravilhas, Lisboa: Quimera, 2003, (tradução de Margarida Viegas) p.16-20 e 130-131.

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