Prosimetron

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quarta-feira, 20 de maio de 2009

A importância dos laços familiares...


" (...) A verdade é que só por acaso isso não aconteceu. Estando exilada em Paris, aí por volta de 1968, fui um dia ao Centro Cultural Português da Fundação Gulbenkian. O seu director, o Professor Veríssimo Serrão, comunicou-me, com emoção, que a família de Pessoa tinha proposto à Fundação a compra do seu espólio e que, perante a sua recusa, a família iria vendê-lo em Inglaterra. Contei imediatamente o facto a António José Saraiva ( também ele exilado em Paris ) que, imediatamente telefonou ao irmão, José Hermano Saraiva, então ministro, que logo mandou arrolar o dito espólio. Todos lhe deveremos, para sempre, essa diligência. (...) "
- Teresa Rita Lopes, no Sol da semana passada.
Trouxe aqui este excerto do artigo, bem interessante, de Teresa Rita Lopes sobre o espólio de Pessoa por dois motivos. O primeiro, ressalta logo do título que dei a este post, ou seja sobre como por vezes as relações familiares são bastante eficazes a ultrapassar a burocracia e outros escolhos. É um bom exemplo de "cunha familiar" que serviu o interesse público. O segundo motivo prende-se com a "novela Pessoa", que pelos vistos arrasta-se há décadas como Teresa R.Lopes enuncia, e continua a gerar polémica como se viu recentemente. Os herdeiros de Pessoa têm todo o direito a vender o seu património, mas que não seja a "conta-gotas" como parece ser o caso.

1 comentário:

Anónimo disse...

Foi uma sorte! Só que não foi o espólio que foi arrolado e comprado - pensavam eles que estavam a comprar o espólio. Compraram os papéis que a família lhes disse serem o espólio. O mesmo se passou em relação à biblioteca de Fernando Pessoa. A CML pensou que estava a comprar a Biblioteca no seu todo e afinal também comprou só uns livros...
O que se chama a isto?
M.