Prosimetron

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segunda-feira, 20 de julho de 2009

Cantata de Dido...um poema por noite!

A CANTATA DE DIDO
(...)
"Doces despojos.
Tão bem logrados
Dos olhos meus,
Enquanto os fados,
Enquanto Deus
O consentiam,
Da triste Dido
A alma aceitai,
Destes cuidados
Me libertai.

Dido infelice
Assaz viveu;
D'alta Cartago
O muro ergueu:
Agora, nua,
Já de Caronte,
A sombra sua
Na barca feia,
De Flegetonte
A negra veia
Sucando vai."
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Pedro António Correia Garção, Cantata de Dido e Outros Poemas, (selecção, prefácio e notas de António Correia de Oliveira), Lisboa: Livraria Clássica, 1965, p. 29-30.
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Correia Garção foi nomeado redactor da Gazeta de Lisboa em 1760. O Marquês de Pombal prendeu-o em 1771. As hipóteses que se apontam para a sua prisão prende-se com censuras aos actos do Ministro em vários escritos de Correia Garção.

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