Prosimetron

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domingo, 30 de novembro de 2008

Monet e os impressionistas - II

Estive hoje na Galeria de New South Wales, em Sydney, onde está exposta "Monet e os Impressionistas", que essencialmente apresenta a colecção do Museum of Fine Arts, de Boston (EUA). Muito balsâmica, com a constante redescoberta da luz e do movimento. Gostei particularmente do "Meadow at Giverny", talvez por não me lembrar de o ter visto antes, talvez pela impressão...

Claude Monet: Meadow at Giverny, 1886, Museum of Fine Arts, Boston

Enquanto pesquisava mais informação sobre o quadro, deparei com uma descrição do Museu de Belas Artes de Boston, que me fez lembrar a série do Luís Barata sobre "Pintar a solidão", muito em linha com a impressão ao ver o quadro:
"Meadow at Giverny" does not have an obvious focal point: no figure, structure, or natural feature attracts the viewer's attention. The high-keyed palette and, especially, the insistence on pattern further contribute to our sense of it as a decorative painting, in the best sense of the term - as a work concerned, above all, with the very qualities of color and pattern. It is also a painting of loneliness. The only element that breaks from the pattern of horizontals is the tree in the background that frees itself from its neighbors. Were the tree a human figure, it could be described as displaying itself against the sky in a gesture of defiance or triumph. A tree is not a human being, of course, yet the temptation to read the one for the other is strong. This tree is isolated, mirroring the position of the viewer looking at this deserted, if colorful, meadow.
(Museum of Fine Arts, Boston)

Infelizmente a beleza da exposição foi um pouco estremecida por alguns dos visitantes: perante duas imagens da mesma paisagem, um dos patronos comentava à mulher "o carro deve-se ter avariado, o tipo teve que pintar a mesma coisa duas vezes!"; noutro momento, uma mulher virava-se para o marido a dizer alto e bom som: "bem, eu gosto!".

Mas não há estremecimento suficiente para me tirar o sorriso de voltar a ver a obra de Monet. Talvez ainda volte antes de regressar à Europa.

4 comentários:

LUIS BARATA disse...

É um museu fabuloso o Fine Arts of Boston. Era ainda mais até ser roubada há uns anos parte da Isabella Stewart Gardner Collection.Um dos maiores roubos de arte da história.

Anónimo disse...

Lindo o quadro eu tamb'em gosto mas nunca viveria com alguem que dissesse um comentario desses. Desculpe escrever sem assentos mas, o teclado e diferente e nao os encontro. Estou a escrever de Panjim e ha diferencas...
O Fine Arts of Boston e um destino para um futuro a medio prazo.
A.R.

Anónimo disse...

Que inveja!, de não poder regar a vista.

Também não sabemos como era a mulher (a tal a quem o marido disse essa frase de antologia)...
M.

Anónimo disse...

Hoje não acerto uma:
... regalar a vista...
M.