Prosimetron

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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Os meus poemas -6

AMASTE O VOO

A Jacinto do Prado Coelho
em Teixeira de Pascoaes

Amaste o voo, o infinito, a chave
Invisível da voz. E foste a própria ave,

Abrindo a cifra, a fronde dos seus medos.
Abrindo a cifra das acesas fráguas.

Lendo a secura triste dos penedos
Completaste o secreto eco das águas.

Seguiste o tocador dos instrumentos
Cinzentos, sedentos. Movimentos
De aparições, tremendo ao sol dos ventos,
Contradições de cor e de agonia.

E foste o tocador dos instrumentos
No alvo espaço em cruz dos seus momentos
Teu alvo tempo e alar sabedoria.

Natércia Freire
(1920-2004)

2 comentários:

Anónimo disse...

Gosto desta poetisa, completamente ignorada. Ainda bem que a recordou.
E este poema é lindo.
M.

Anónimo disse...

Nao conhecia mas `e bonito! Obrigada.
A.R.