Prosimetron

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sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Os meus poemas -9

PASMO

Nessas noites de morna calmaria
em que o Mar se não mexe e o Arvoredo
não murmura, pedindo o Sol mais cedo,
que o resguarde da fria Ventania;

Em que Lua boceja, se embacia,
e as palavras estagnam, no ar quedo,
noites podres - até chego a ter medo
de me volver também Monotonia.

E então sinto vontade de atirar
meu corpo bruto e nu contra o espanto
da Noite, a ver se o quebro e vibro, enfim;

cair no lago morto e acordar
os cisnes que adormecem de quebranto...
........................................................................
Mas só caio, afinal, dentro de mim.

Sebastião da Gama
(1924 - 1952)

3 comentários:

LUIS BARATA disse...

Gosto muito do poeta da Arrábida.

Miss Tolstoi disse...

Foi um dos primeiros que li. Adorei o Diário.

Anónimo disse...

Gosto muito.
A.R.