Prosimetron

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quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Pintar a solidão - 11

- Edgar Degas, Dans un café, também conhecido como
l' Absinthe, 1875-1876, óleo sobre tela, Musée d' Orsay, Paris.

É um quadro muito conhecido de Degas, e sobre o qual se sabe muito: sabe-se quem foram os modelos, Ellen Andrée e o grande amigo de Degas, Marcellin Desboutin, e conhece-se também o local, o Café de la Nouvelle Athènes, em Montmartre.
Em cima da mesa, a cor não engana- reconhecemos imediatamente o verde do absinto no copo.
Escolhi este quadro para ilustrar ainda outra forma de solidão, a solidão da embriaguez.
Falo de embriaguez em sentido lato- tanto a do alcoolismo como a das outras drogas. É um tema clássico, o ébrio solitário. Hoje ainda nos deparamos com ele, embora talvez menos.
Deparamo-nos muito mais com a solidão do toxicodependente. A terrível solidão que vemos nas nossas ruas e avenidas, em que se "arrumam" carros para sustentar o vício, quando já não é possível sustentar a dependência de outra forma, em que se fala sozinho nos passeios e nos transportes públicos,e se pede "uma moedinha" com as desculpas mais incríveis. De vez em quando, vislumbramos a efémera euforia de quando o vício é satisfeito.

3 comentários:

Miss Tolstoi disse...

Gosto deste quadro. Aliás, gosto de Degas.

Anónimo disse...

Parece que o absinto foi um "elixir" para artistas, escritores e pintores.
Aqui o absinto foi um pouco mais longe... a embriaguez do seculo XXI.

Do Degas gosto de poucos quadros, talvez seja preconceito. Este vale pelo simbolismo.
A.R.

Anónimo disse...

Esqueci-me de dizer que gosto das bailarinas.
A.R.