Prosimetron

Prosimetron

sábado, 6 de dezembro de 2008

Os meus poemas - 10

TAMBÉM ESTE CREPÚSCULO Também este crepúsculo nós perdemos. Ninguém nos viu hoje à tarde de mãos dadas enquanto a noite azul caía sobre o mundo. Olhei da minha janela a festa do poente nas encostas ao longe. Ás vezes como uma moeda acendia-se um pedaço de sol na minha mão. Eu recordava-te com a alma apertada por essa tristeza que tu me conheces. Onde estavas então? Entre que gente? Dizendo que palavras? Porque vem até mim todo o amor de repente quando me sinto trste, e te sinto tão longe? Caiu o livro em que sempre pegamos ao crepúsculo e como um cão ferido rodou a minha capa aos pés. Sempre,sempre te afastas pela tarde para onde o crepúsculo corre apagando as estátuas. Pablo Neruda tradução de Fernando Assis Pacheco (1904 -1973)

3 comentários:

Anónimo disse...

Parabéns pelas suas escolhas poéticas.
CPS

Anónimo disse...

João Mattos e Silva realmente as suas escolhas pautam-se pela beleza da palavra. Reafirmo o que diz o anterior comentador\a.
Gosto muito de Pablo Neruda.
A.R.

Jad disse...

Obrigado João. Excelente escolha!